terça-feira, 14 de julho de 1998

JULHO - 1998

ISABEL  RUBIÑO  DE  BERMUDES

SENHOR

Quando ao mundo cheguei, Tu, meu Senhor,
com bondade entregaste-me uma alma.
Eu devia viver com muito amor.
Depois me chamarias à Tua calma.
      Dou-te graças, embora esteja só.
      Creio ter a missão realizada.
      Fui menina, mulher, mãe e avó.                  
      Eu só queria ser bastante amada.
Agora, eu Te chamo, humildemente:
- Vem Senhor; quero a alma devolver,
porque sem ser amada, ternamente,
mil vezes, eu prefiro, então morrer.




                                                                                

TEREZINHA  BERTAZZI  

NO  ESPELHO

Sinto-me tranqüila
ao saber que tu, me fizeste mulher.
Recordo-te ofegante;
(e me abraçavas, tremulo
ao acender das luzes).
Fixei o olhar em ti
e vi o inédito texto de nós dois.
Sequer imaginas
os ensaios de depois, mas entre
meus fracassos e sucessos
me sinto segura ao ouvir Camarins...
porque me fizeste uma atriz.