quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

DEZEMBRO - 2008 - MARILZA

MARILZA  PEREIRA  CALSAVARA

O   T E M P O

Tempo, o grande mestre da vida,
que guarda a lembrança querida,
que marca o ontem, o hoje, o amanhã,
tempo que nos dá guarida,
no espaço da vida,
na luz do sol ou na calada da noite...
Tempo, o médico da vida,
que cura as feridas da lida,
dos corações flechados,
dos romances acabados,
guardião da esperança,
da fé e da confiança...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

NOVEMBRO - 2008 - SARA VALADARES


SARA  VALADARES  RIBEIRO  dos  SANTOS

H Ó S P E D E

Será que se eu escrever
te amo,
Você ainda me dará crédito ?
Pergunto,
Porque, amor é palavra empoeirada
No meu dicionário,
Já que deixei de  usá-la
No vocabulário diário,
Quando hospedei em meu peito
A última saudade.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

OUTUBRO - 2008 - JEHOVAH


JEHOVAH  BRAZ  do  AMARAL

SUBIR  PARA  BAIXO

Dormir aos pés dos pais na madrugada
Foi um capricho que vivi quando criança,
Fato banal que parece não ser nada
E ora se avulta quando a idade avança.
      A cama grande, minha caminha alí pegada
      As minhas manhas vêm-me à lembrança
      O frio ou o medo era a desculpa que evocada
      Fazia sorrir minha mãe tão terna e mansa.
A mesma cena sempre igual se repetia
" Suba aqui em baixo e aos meus pés se aquiete "
De pronto a um pulo, eu feliz a obedecia.
      Hoje é a ternura que ao recordar encaixo...
      A ferir a lógica gramática não me compete
      Quando há saudades de " subir pra baixo ".

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

SETEMBRO - 2008 - ÉDISON VASCONCELOS

ÉDISON  CYSNE  de  VASCONCELOS

CONTRASTES  DA  VIDA

Existem moços, velhos, bem velhinhos,
Que não sabem da vida o que fazer.
Existem velhos, moços, bem mocinhos,
Que fazem desta, um belo viver !...
      Alguns moços, tristonhos, sem carinhos,
      Não sabem desfrutar deste prazer.
      Velhos, sorrindo, dão muitos beijinhos,
      E fazem da vida um terno querer !...
De nada compartilham, só, sozinhos;
Nada lhes apraz, somente querem "ter".
Idosos, porém, trazem seus netinhos;
      Dividem com carinho seu saber;
      Outros vivem sem lar, nem filhinhos,
      Tudo da vida tentam esquecer !...

sábado, 23 de agosto de 2008

AGOSTO - 2008 - GENI


GENI  FUZATO  DAGNONI

FAGULHAS  DE  ESTRELAS

Último alento, luzes, madrugadas,
No escuro azul, silêncio e vibrações,
Neste mundo de estrelas semeadas,
há pássaros noturnos brincalhões.
      Aves lépidas, passeiam, alinhadas,
      Na paz, luz densa com cintilações,
      seculares estrelas elevadas,
      se escondem neste céu, sem direções.
Lá a vista não chega não, que altura !
As fagulhas vagueiam progressivas,
vão estrelas, ao além e, a paz perdura.
      Na imensidão do espaço quase incrível,
      voar, rumo às estrelas seletivas,
      mas, querer alcançá-las, é impossível.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

JULHO - 2008 - EXPEDITO


EXPEDITO  RAMALHO  de  ALENCAR

ESTOU  FELIZ...

Se admiro as flores do caminho
E distingo as multicores que fascinam;
Se as paisagens me despertam a atenção
E me elevam a bons pensamentos;
Se a sensação de beleza me desperta
Um sentimento de satisfação;
Se o mundo me parece cor-de-rosa
E nada me aflige no momento;
Se vejo o lado bom de todo mundo
E a primazia do bem pela vida,

Certamente estou muito feliz !

domingo, 22 de junho de 2008

JUNHO - 2008 - LEVY

FLÁVIO  de  AZEVEDO  LEVY

FUGA  DO  SÉCULO  XXII

Será que num futuro evolutivo
Quando a população tiver foguete,
Astronauta terá seu coletivo
E a flor já não terá seu ramalhete ?
      Ninguém verá os olhos de um amigo
      Porque só andará de capacete,
      E beijo vai ser algo esquecido
      E a carta de amor, simples bilhete ?
Robô será então um confidente
Do homem que mostrar-se descontente
Por ter se deletado o verbo amar.
      E vai tentar fugir deste sistema
      Com um mapa envelhecido de um poema
      Numa viagem intracelular.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

MAIO - 2008 - IVANILDE ALENCAR

IVANILDE  BARACHO  de  ALENCAR

V O C Ê

Você parece uma suave brisa,
Que sobre as flores paira docemente,
Um lindo pôr-do-sol que suaviza,
Um dia de tormenta no poente.
      E parece a manhã que sintetiza,
      Da natureza, o brilho reluzente...
      Tem fluídos da paz, que simboliza
      O bem maior a rodear a gente.
A seu lado, há doce calmaria.
Passam leves as horas e o dia
Transcorre calmo e em suavidade.
      Por isso em sua ausência há só tristeza,
      Envolvem sombras e, nessa aspereza,
      O coração soluça de saudade.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

ABRIL - 2008 - EUNICE

EUNICE  RODRIGUES  de  PONTES

LAÇOS  AFETIVOS

Teus braços quando me enlaçam
formam perfeitos laços de amor.
Tal sentimento no peito cresce
e me emudece porque como se sabe,
um grande amor não precisava de palavras.
Este gesto me enternece como uma prece
ou um doce e mágico enlevo de amor.
Quando me encontro completamente
envolvida por teus abraços, me perco
e me acho novamente em teus braços.

sexta-feira, 21 de março de 2008

MARÇO - 2008 - LÚCIA OCTAVIANO

LÚCIA  HELENA  OCTAVIANO

T E M P O

O tempo passa tão sério
Em ondas de pensamento,
E leva todo o mistério
Que faz tão surdo lamento,
      Quebra os cantares da vida,
      Espalha cores funestas,
      Muda passagem sofrida,
      Desfaz em prantos as festas...
Mas eis que pára um segundo,
E olha o estrago que ele fez,
E se torna para o mundo,
E refaz o que desfez !

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

FEVEREIRO - 2008 - AGENOR


AGENOR  SANTOS  GONÇALVES

LEI  DO  AMOR

Adoro o silêncio destas tardes calmas,
Adoro o sol-poente se pondo de mansinho.
Detesto o retardar de nossas almas,
Detesto as pedras espalhadas no caminho.
      Oh ! Tardes calmas que envolvem a gente
      Num clima misto de paz e aflição;
      Tardes que ferem o coração fremente,
      Num ousado e impossível desejo de união !
Por estas tardes ferinas e cismarentas
Quando me vejo como nuvem tão cinzentas,
É que o amor me retrata como ateu.
      Das verdades, apenas uma me espezinha :
      Na lei de Deus jamais tu serás minha,
      Na lei do amor, eternamente serei teu.

sábado, 5 de janeiro de 2008

JANEIRO - 2008 - ROSANA MARINHO


ROSANA  MARINHO

SENTINDO  SAUDADES

Esses olhos cor de mel me perseguem...
Fazem-me sentir saudades
Do tempo perdido
Nas maravilhas do passado.
Mas acho que estou ficando louca !
Esses olhos... Ah ! Esses olhos !
Vejo-os em todo lugar !
Fazem da minha vida
Um momento distante da realidade
Fazem-me reviver  a alegria que embalava
Meu viver.
Sinto saudades ! Tenho saudades...
As razões pedem para esquecê-los
Enquanto o coração pede para vê-los.
Está difícil !
Estou enlouquecendo !