O IPÊ DA MINHA RUA N A D A
Quem passa na minha rua, Nunca entendi um tempo sem futuro,
pode dizer que só vê como se hoje tudo terminasse truncado.
o esplendor todo da lua, As esperanças murcharam com o adeus de ontem,
por entre os galhos do ipê. e fenecidas, já não foram
nada, nada, nada.
E o luar assim refletido
entre as flores de amarelo, Nunca compreendi um amor sem retorno,
chove prata no florido como se no fulgor das ânsias
e o ipê fica mais belo. de repente trocasse sua grande linguagem,
sem dizer na queda,
Mas se passo lá na rua, nada, nada, nada...
não vejo o sol, nem a lua,
só vejo o que ninguém vê: E agora me governa um clarim sonoro,
no espaço infinito de meu deserto,
Teu nome ainda gravado seu som me diz, solene e galhardo:
entre o meu entrelaçado, Não espere mais,
no velho tronco do ipê. Nada, Nada, Nada.