sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

DEZEMBRO - 2007 - ORLANDO

ANTONIO  ORLANDO  de  LIMA

CEDRO  SECO

O cedro seco cega
A cepa sem a seiva
E segue o cheiro sempre sem sessar
Senta na última sombra
E sente o som do sumo que dói a rolar
Sobrou uma cerca seca "sêra" acerta  cera do Arapuar
No céu uma nuvem de "avuantes"
Que seguem avante
São os donos do ar
Na ponta de um galho morto entre o reto e o torto
Resta um tufo de pêlo de um lobo Guará
Num vale que já não vale mais
Se escuta um piado triste de um velho Carcará

Hoje onde tem poeira, já dei capoeira
E aprendi nadar
Tamparam a boca da grota, e lá se foramas notas
Da velha cascata que ouvi cantar
Agora que tudo acabou-se como beber água doce
Sem roubar o sal da água do mar.