Brigavam por beleza a dália e a margarida
De forma tal acintosas que berravam
E no ardente e tolo embate se rasgavam
Se engalfinhando, ofensoras e ofendidas.
Uma dizia ser a rainha do jardim
Qual nada! A outra dizia, eu quem sou
Era questão, ou melhor, querela sem fim
O nobre pássaro dado a galanteador.
Uma hortênsia vê de cima, no esplendor
Que pelas outras sempre fora esquecida.
E a enlaça pelo mel com tal amor
Que nem chegou a perceber a passar mal
Agora as enciumadas dália e margarida.
Francisco de Borges |