Regozijo-me ao contemplar, nas mansões da memória,
a presença de “espectros” iluminados, daqueles que amei e se foram desta vida,
mas que jamais deixarão a sede de todo meu amor enquanto eu for viva.
Observem!
Regozijo-me, não me assombro, porque eles me
reconfortam pelos benditos rastros em mim deixados. Não me assombro pois ainda
que se tenham ido, daqui os amo com a mesma força e vitalidade como o faria se
vivos fossem.
Sinto que nos dias em que juntos vivemos tantas
alegrias, aliamo-nos para suportar angústias e superar derrotas, sustentamo-nos
para lutar contra os inimigos e tudo o mais...
São Yvis, José Pedros, Maria
Madalenas, Josefinas, Lias, Emílios, Tanas, Anas,
Jorges, e tantos outros tios, tias, avós, sogra, amigos caríssimos.
Vejo-os correndo entre nuvens, mulheres que flutuam dançantes, homens que
dançam elegantes e, entre vestidos róseos esvoaçantes e fraques engomados,
caminham eles por aqui e acolá, sorrindo e falando suas boas falas de outrora nos
meus momentos “de agora”. Falas que me são conselhos, que me lembram alegrias.
Alegrias das quais me recordo, recordo, recordo e recordo. Apenas
recordo...
Não são fantasmas, não me assombram. São doces
reminiscências e vivas lembranças.
Oh! Evocações minhas! Ainda que não vejam, não
sintam, não falem, nem ouçam! Ainda que durmam até o dia do juízo...
A Deus, aos meus pais, amado, filhos e a vocês dedico minhas conquistas.
Teresa
Azevedo
Membro
Efetivo da ANLPPB - Cadeira 06
(Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro)