terça-feira, 28 de setembro de 2010

SETEMBRO - ROSANA M. CAPPI

ROSANA  MONTERO  CAPPI

CORAÇÃO  PURO

Coracão que se fez puro
quando ainda nem era coração
e sim apenas intenção
da mais límpida fonte.
      Coração virado gente
      que aos poucos sente
      quer qualquer presente
      vai ficando ausente.
Coração pensando amor
apega-se na flora,
entregue a paixão,
deseja excessivamente.
      Coação gelado
      pela cobiça tomada
      que, possui tudo,
      mata e mente.
Coração humano,
que um dia foi anjo,
transformado em trevas,
minou o ambiente.
      Coração de pedra
      a natureza mudou,
      catástrofe provocou,
      culpado ficou.
Coração aberto à luz
consciente,
sofre infinitamente,
limpa nuvens de seu céu escuro
e, retorna ao estado puro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SETEMBRO - JAEL

JAEL  LEME  CARDOSO  de  ARAÙJO

SEM  TI

Sem ti, como a ave que perdeu o ninho,
Tão solitária e ansiosa a procurar...
Fitando assim, tão triste o seu caminho
Seu vôo é lento e amargo é o seu cantar.
      Sem ti, fico calada e entristecida,
      Como criança ao se ver abandonada.
      Sem ti, não encontro motivos nessa vida,
      Se não estás, tudo é vazio... é um nada !
Sem ti, sou como um barco desprotegido
Navegando só, na imensidão do mar.
Sem farol, sem rumo, sentindo-se perdido
Navega, sem esperança de se salvar.

domingo, 12 de setembro de 2010

SETEMBRO - J. Drumond de Oliveira

JOSÉ  DRUMOND  de  OLIVEIRA

M U D E Z

Ouvindo alguém dizer teu nome ainda que seja
chamando a outro alguém, eu estremeço e então
principia a cantar e no íntimo graceja,
festeja, dança e ri, inquieto, o coração,

Sutil, no outro segundo, a realidade almeja
possuir no meu juízo, em luzes, a razão:
"Ouviste o nome dela? Aquieta-te! Ora veja !
Nunca a verás de novo. Aqui não está, não !"

Disparado, em torpor mergulha pouco a pouco
atormentado e só, meu coração que, louco,
acelerado, treme e se dilata, aflito.

... Se é cândida uma voz qualquer dizendo o nome
da mulher por quem sinto o amor que me consome,
é também dor maior a sufocar meu grito !

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SETEMBRO - Dulcinéa e Laís

DULCINÉA  L.  MARCHIORI

INDA  BEM  QUE  ÉS  POETA

Inda bem, meu amigo, que és poeta
Para verter na fôrma dos teus versos,
O amor, a mágoa e o sofrimento imersos
Na tua alma sensível, sempre inquieta.
      E quando o pranto teu olhar embaça
      Sufocando-te o peito em desatino,
      Voltas correndo ao tempo de menino,
      Em que tudo era bom... cheio de graça.
Rimas, então. a dor com nostalgia;
Alquimista do Bem, fazes poesia
Misturando aos espinhos, leite e mel.
      Tua tristeza fica mais amena,
      E aos sofredores, com a mão serena,
      Escreves os teus versos no papel.





LAÍS  RODRIGUES  DE  LIMA

M U L H E R

Mais do que tua escultural beleza,
Tu tens o dom divino de encantar;
De encher de brilho a vida e a natureza
Para que os homens possam se alegrar.
      Bem mais do que um poema de riqueza,
      Que um bom poeta aqui possa te dar,
      Mereces possuir toda a grandeza
      Das estrelas do céu, sempre a brilhar...
De todos nós mereces mil louvores,
E amores puros, como o olor das flores,
Inspirados por Deus e por Jesus.
      Mereces, ó mulher, felicidade,
      Paz, amor, gratidão, muita saudade,
      Pois foste tu que a todos deste à luz !

domingo, 5 de setembro de 2010

SETEMBRO - ARITA

ARITA  DAMASCENO  PETTENÁ

INSPIRAÇÃO

Ó canta, meu amor, uma canção
Para esta alma tão ávida de beijos.
Coloca em cada verso u'a inspiração
E carrega carícias nos desejos.
      Se lá fora há ruídos, precaução,
      - E tanto tempo faz que não te vejo -
      Que em tortura se agita o coração
      E em saudosas cantigas eu velejo.
Corre as linhas do teu criar constante,
Como menino fosses, nesse instante,
Aquecido por chamas de meus braços
      E, pleno de ternura e de saudade,
      Que importa, meu amor, a tua idade
      Se mais fortes serão os nossos laços.

sábado, 4 de setembro de 2010

SETEMBRO - A. LACERDA

ANTONIO  LACERDA

QUASE  IMPOSSÍVEL

Procurei-a em outras mulheres
Não foi possível lhe encontrar,
Só encontrei foi desengano
E uma vontade de chorar.
      É o mundo do meu mundo
      Na razão do meu viver
      Eu sou canto do seu poema
      E minha canção é só você.
Pela vida onde eu ando
Seu nome escrevo por querer
Posso perder tudo na vida
Só não quero é lhe perder.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SETEMBRO - GENI

GENI  FUZATO  DAGNONI

SONHOS  E  SEGREDOS

Pura luz milenar pela amplidão.
Aflora um poema que cresce ao luar.
Raras estrelas trazem reflexão,
Vislumbro brilhos, chego até sonhar.

      Sonhos nos labirintos da ilusão,
      Que encerram uma história singilar,
      São sonhos irreais em profusão,
      Com segredos que assim vou explorar.

Na profunda raiz dos entressonhos
Os segredos desta alma aliviada
Vão pousar sob as asas do meu sonho.

      As cores indisíveis, que acalento !...
      Enquanto o céu em sombra mergulhada,
      Meu sonho vai-se pelo firmamento.


    

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

SETEMBRO - MOACIR

MOACIR  MONTEIRO

AS  FLORES  EU  NÃO  TINHA

Agora olho para a campa onde o verde predomina
E, posso ver que depois da chuva, as flores e ramos daninhos
Cresceram desordenadamente, quase cobrindo todo o vale.


Vale que é quase sagrado para mim, pois é sua eterna morada

Meu sorriso não saiu,
Não se aflorou em minha boca, e,


E meus lábios se fecharam porque
Tua campa estava toda coberta de flores
E ramos daninhos.

As flores eu não tive, para depor
Sobre tua urna mortuária, quando,

Fecharam os teus olhos
Entrelaçaram tuas mãos

Depois colocaram aquela tampa sobre teu rosto,
Tão calmo e sereno, parecia que dormias.
.Depois, te cobriram com o pó daquela terra que fora cavada.

Somente eu... te cobri de lágrimas
Elas são as flores que não tive para ornar
A tua fronte de mártir, de santa, naquele dia...
   QUERIDA QUANTA SAUDADE...


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SETEMBRO - AGMON

AGMON  CARLOS  ROSA

MULHER  QUE  AMO !

Às vezes sinto desejos profanos.
Quero subir na Torre do Castelo,
Gritar seu nome bem alto.
Pichar com versos apaixonados
A Academia Campinense de Letras,
O Museo de Arte Contemporânea,
A Casa do Poeta soberana.
Compor poemas adoidados
Clamar em altos brados:
Essa é a Mulher que Amo !
      E construirei uma capela na colina mais
      Bonita que houver, para agradecer a Deus
      Por ter me dado: uma mulher como Você !
E olhe, eu só queria andar de Mãos dadas e ser feliz ao seu lado.
Por este amor que nos ensinou
A partilhar de coisas infinitas,
Procuro, no que recordo e no que falo,
Em sentimento, na alegria, na saudade,
E na poesia... ETERNIZÁ-LO !!!