Quem passou pela vida alheio a tudo,
Ao céu, ao mar, ao brilho das estrelas,
Ao verde das palmeiras, sem, contudo,
Abrigar o seu peito à sombra delas !
Quem passou pela vida alheio e mudo
Às súplicas das aves, e, com elas
Não padeceu ao vir do inverno agudoNem entendeu o ardor que vinha nelas !
Quem passou pela vida alheio e estulto,
Aceitando os martírios de um insulto !
Quem passou pela vida e sobretudo,
Aspirações não teve e amar não quis,
Não foi humano, foi um infeliz
Que passou pela vida alheio a tudo !