terça-feira, 5 de dezembro de 2000

DEZEMBRO - 2000

ANITA  FIGUEIREDO

NADA  É  PERMANENTE

Nada é permanente,
Tudo se acaba ?
Como o rio que se perde no mar.
O nosso amor também acabou !
Como não vamos nos desesperar.
Pensando sempre: Amanhã é outro dia !
Tudo vai se renovar ?
Os momentos lindos vão chegar.
Os nossos prazeres vão se renovando
Sempre aguardando a bênção
De nosso Pai Celestial.




MARÃES  MARCELO  da  SILVA

ANJO  GABRIEL

Um amor,
Uma semente,
Um choro alegre,
Um presente
      Um sonho,
      Olhar maroto
      Sorriso cativante
      Travessuras de garoto
Alegria explícita
Dádiva do céu
Lindo anjinho barroco
Amado anjo Gabriel.              

domingo, 5 de novembro de 2000

NOVEMBRO - 2000

OLIS  T.  FELIPPE

M A G I A

Ah, se eu magia fizesse...
Nosso amor um réquiem não pediria,
No dia que agora entardece...
Contigo alhures estaria.
      Ah, te vejo ao longe...
      Formosa de olhar azougado,
      Desvairado me transformo em monge,
      Esperando o tempo no cadeirado.
Quem me dera...
Amestrar meus sentimentos,
Extirpar do peito esta dor.
      Quem me dera...
      Resfolegar como outrora,
      Vendo teu sorriso, tendo teu amor.







MARLY  STRACIERI

TRAÇOS  DE  UM  RETRATO

Na tela a sombra e a luz,
O artista um retrato vai traçando.
Cada linha que o lápis conduz,
A personalidade aos poucos decifrando.
      A leveza ou aspereza da pele, traduzindo
      Os dias já vividos com paciência,
      Onde as rugas sem querer surgindo
      Marcam o tempo e muita experiência.
Os cabelos ao emoldurar o rosto,
Quando grisalhos iluminam esperanças,
Num futuro de paz e conforto,
Os filhos por perto e a bem-aventurança.
      Enfim, o olhar transporta a alma,
      Num brilho enigmático e profundo,
      Exterioriza com toda calma,
      Os sentimentos e até o mundo.

sábado, 28 de outubro de 2000

OUTUBRO - 2000




EMÍLIO  A.  RODRIGUEZ

P R E C E

Quando em silêncio estou
Elevo a Deus uma prece
Então tudo me parece
Tão diferente, tão lindo
Lá no meu quarto
É que eu costumo rezar
Pedindo a Deus pra ajudar
O amor de Deus é infinito
A prece surge e cresce
Dentro do meu coração
E é com grande emoção
Que me animo a rezar
Meu pensamento então
Se dirige ao Criador
Que nos deu o Salvador
Que só paz tem pra nos dar
A oração é um meio diferente
Que faz com que toda gente
Se encontre ao se rezar
Tenha Deus em sua mente.






JANAÍNA  SACCHI

LUZ  EM  FORMA  DE  SEDA

Ventos que vão
trazem sedas embutidas nas veredas.
Sombras e poesia que se misturam,
luzes cintilam
árvores do caminho celestial,
paz que paira no semblante da natureza.
Divinas estradas,
aromas saudáveis, comparáveis
aos deuses dos céus, anjos que tocam
belas melodias entre arbustos rolam e voam
pássaros pelo espaço de um colorido vivo,
ventos que vão levando as sedas pelas veredas.

segunda-feira, 4 de setembro de 2000

SETEMBRO - 2000


SIDNEI  LANDINI

"MAIS  SONETOS" Nº2

Passamos por aqui de certa feita;
Eu lembro muito bem...! Era tão cedo
Que do dia se erguia um arremedo,
Entre a noite fugindo, contrafeita.
      E vinhamos de um baile, que folguedo...!
      E dessa distração mais que perfeita,
      Nós pudemos colher de uma colheita,
      Que se tornou de vez nosso segredo.
Hoje, sozinho, passo por aqui,
Pelo mesmo lugar em que te vi
Com promessas dançando nos teus lábios...
      E me amarguro todo, ante a visão
      De uma esquina perdida em sequidão
      Dos conselhos de amor que vêm dos sábios...!





JURANDIR  GALLINARI
GOTAS  DE  ORVALHO

Pelos caminhos, que andei...
lugares que passei
foi você que busquei,
busquei, busquei
mas não encontrei.
À noite, o vento forte
soprava em minha janela,
outro dia clareava
em cada flor, eu encontrava
um só seu sinal.
Numa gota de orvalho.

quinta-feira, 17 de agosto de 2000

AGOSTO - 2000

CAMILO  GUIMARÃES

A  CIDADEZINHA

Faz tanto tempo, que nem sei o certo,
Que deixei a cidade pequenina,
Botão de rosa, preso a uma colina,
O mundo ao longe, mas o céu tão perto.
      Nas manhãs puras, era uma menina
      Colhendo beijos pelo campo aberto,
      Pondo ilusões de amor, no tempo incerto,
      Olhos cheios de cromos de neblina.
Seus dias calmos de um viver risonho
Tinham risos de luz, cravos de sonho,
Gorjeios de sorrisos de bondade.
      Guardei-a, comovido, na lembrança,
      Como gota de orvalho, ainda criança,
      Brincando na emoção de uma saudade.






ENID  M.  BESTETI  PIRES
NAMORANDO  UMA  ESTRELA

Estrela tão bela,
precioso diamante,
és na passarela
da noite, triunfante.
      Já que és sentinela
      do infinito miramte,
      qual fada-donzela,
      tu velas o amante.
Se a um sonho de amor
dás todo esplendor
com teu cintilar,
      és toda poesia,
      fiel companhia
      do amante, sem par.

segunda-feira, 17 de julho de 2000

JULHO - 2000

REGINA  MAURA  de  P.  PINHEIRO

DOZE  HORAS

O tempo parado
O sol é tão quente
A poeira sumindo
Lá longe uma estrada,
Um boi calmamente,
Deitado na grama.
Não vê um trem
Fugindo de tudo,
Da calma paisagem
Parada no tempo.





SARAH  de  OLIVEIRA  PASSARELLA

N A D A

Do bosque não se tira nada -
apenas foto.
Não se mata nada -
apenas o tempo.
Não se deixa nada -
apenas pegadas.

domingo, 4 de junho de 2000

JUNHO - 2000

JOSÉ  B.  RODRIGUES

C A R I N H O

Tudo ao carinho
Que afasta a nostalgia
Que nos envolve
Na ternura da alegria.
      Tudo, tudo ao carinho
      Esse encanto, essa luz
      Que nos traz Felicidade
      Esse querer que nos seduz.
Tudo, tudo a esse carinho
Que vem com emoção
De ser e de ter
Mais ternura no coração.




JOVANI  A.  dos  SANTOS

REVERTER

Revertam o quadro
Esse verde deve estar
Nas matas
Voltem com o negro
Para ensinarmos
E aprendermos
Uma história
Natural
Façam voltar o canibal
Do Igarapé.

quinta-feira, 4 de maio de 2000

MAIO - 2000

ROBERTO  CORRÊA

NUNCA  MAIS

Nunca mais o passado voltará,
Nem suas lembranças, vivas tornarão;
Apenas a saudade restará,
Em nosso jubiloso coração.
      A claridade da manhã virá
      Com suavidade e tênue cerração,
      Mas onde a felicidade estará
      Se não a posso ver em minha mão ?
Tudo é mistério, pura fantasia,
Rápidos momentos, bem distantes
Da nossa vida que restou vazia.
      Inclusive nos lapsos fulgurantes,
      Das justas e terrenas alegrias,
      Raras e de brevíssimos instantes.




ESTELA  M.  CARVALHO  RIBEIRO

A  VENTURA  DE  OUTRORA

A poesia quando brota na alma do poeta,
É grito do coração, fragmentos de vida,
Louvores, ou cantos de mágoa secreta,
De angústia, de soluços, devaneios e lida.
      Voz da noite que em silêncio se manifesta
      Ora em preces, ora em alegria revivida
      Em todas as horas, como em hora de festa
      Na beleza e na harmonia refletida.
Outras vezes, com olhos de criança
O poeta canta a saudade, sublima a esperança
Feita de sol e luz como o raiar da aurora.
      Quando, dentro da noite canta sozinho
      Seus olhos brilhantes, veêm de mansinho
      No conforto das lembranças A Ventura de Outrora.

terça-feira, 2 de maio de 2000

MAIO - 2000 - ÁLVARO RIBEIRO


ÁLVARO  RIBEIRO

P O E S I A

Quanta falta nos faz a poesia
Sensitiva, leal e grande amiga,
Nos traz a paz, o amor, doce magia:
Jamais semeia a guerra e a triste intriga.
      Nos chega sempre em horas de alegria
      E nos traz no interior memória antiga
      Ao nosso ser doando a terapia
      Que nos torna mais calmos, sem fadiga.
E vivemos momentos agradáveis,
Cheios de fé, de luz, incomparáveis;
Com anjos celestiais em sã ternura...
      E a natura feliz nos dá a vida,
      Que é para nós a prenda mais querida:
      Sorrindo alegre em sua eterna alvura !

terça-feira, 11 de abril de 2000

ABRIL -2000

ROSA  BESTETI  PIRES

PINGOS  DE  CHUVA

Chuva mansa, no telhado,
plim, plim, plim, plim, plim, plim,
onde é que anda meu amado ?
Vá encontrá-lo para mim.
      Estará com o deus-morfeu,
      ou nos braços de outro alguém ?
      Meu amado, ele é só meu.
      Não é amor de mais ninguém.
Chuva mansa, cadencida,
do telhado escorregou
foi caindo na calçada.
Foi secando. Evaporou.
      Meu amor - Oh ! desventura !
      Nunca mais apareceu.
      Como a chuva da natura,
      foi sumindo e já morreu.




ODETTE  T.  SANTUCCI  OCTAVIANO

BOLHAS  DE  SABÃO

Lá se foram meus sonhos de ilusão...
Perderam-se no espaço, pelo céu...
Minhas enormes bolhas de sabão
Subiram pelo ar, de déu em déu !
      Rebentaram-se todas... Que escarcéu !
      Minhas queridas bolhas de sabão...
      Meu pobre coração, em carrosel,
      Quis abrigá-las, mas não pôde, não...
As minhas ilusões todas se foram
E não me resta material algum
Para fazer mais bolhas de sabão.
      Já as bolhas de sabão o céu não douram...
      Esvaíram-se os sonhos um a um,
      Perdidos sem consolo na amplidão !

segunda-feira, 20 de março de 2000

MARÇO - 2000 - ARLY

ARLY  GOMES  RIBEIRO

À  DONZELA

Oh, meiga donzela
Aos olhos encanto,
És sons aos ouvidos
De acordes floridos
De um doce acalanto.
      Qual luz faiscante
      De um belo clarão,
      Teu vulto irradiante
      Entrou, num instante,
      Em meu coração.
Em teu coração,
Qual doce guarida,
Eu tanto quisera,
Morar, quem me dera,
Todinha uma vida.




SÍLVIA  CAPONI

V I A G E M

Ó olhar,Mágico
Que estás por trás dos montes,
Vais levantando de mansinho,
Espiando nossa excursão.
      Ó bela, branca,
      Que iluminas a noite,
      Vais prateando maresias,
      Nos mostrando a imensidão !
Ó esplendorosa lua
Que alegras nosso ser,
Vais clareando o caminho,
Nos guiando na escuridão !

quarta-feira, 15 de março de 2000

MARÇO - 2000 - VIDAL RAMOS


F.  VIDAL  RAMOS

A  ABELHA

Esvoaçando febril por entre flores,
asas translúcidas o sol filtrando,
espécies vegetais polinizando,
a confundir-se em pétalas e cores,
      ela se entrega a um turbilhão de odores,
      o milagroso pólem carregado,
      partículas de vida esparramando,
      como estrêlas divinas, multicores !
E a abelhinha incansável, laboriosa,
cumpre a sua tarefa milagrosa,
qual se uma fada benfazeja fosse...
      É a abelha a chama viva da bondade !
      E, em seu trabalho em prol da Humanidade,
      o mundo faz mais lindo e faz mais doce !

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000

FEVEREIRO - 2000

JOSÉ  DRUMOND  de  OLIVEIRA

S Ú P L I C A

Mulheres, quanto amor eu para dar-vos tenho !...
Ó, se soubésseis, vós, viríeis aos meus braços
a beber desta fonte e acariciar-me o cenho
e devolver-me a vida; e os frágeis estilhaços
     do coração aflito e preso a algozes laços
     de angústia refazer no amor ! Mulheres, venho
     rogar que uma de vós naufrague-me em abraços
     e beijos tantos que meu coração qual lenho
em brasa a arder, reviva e salte de alegria...
tanto júbilo que do mundo coisa alguma
eu nada mais deseje, e que da fantasia
     não venha o despertar. Ó mulheres, em suma:
     sem vosso amor, eu, só, numa quietude fria
     por todas morrerei, se eu não viver por uma !




SILAS  CAMARGO  ROSEIRA

SONHO  E  REALIDADE

Quando menino ainda em tenra idade,
Eu já sonhava que Mamãe morria,
Porque cruel, atroz enfermidade,
Pouco a pouco sua vida consumia !
      O sonho me era então triste verdade,
      Ao sonhar que ela não existia;
      Mas acordava e a doce realidade
      Era que minha Mãe inda vivia !
Agora, outro contraste me amargura:
No sonho eu sinto que ela ainda vive
E mui alegre gozo sua ternura...!
      Mas, quando acordo, choro, porque tive
      Apenas sonho e que a verdade pura
      É que só na minha alma ela revive...

domingo, 16 de janeiro de 2000

JANEIRO - 2000 - S.LANDINI

SIDNEI  LANDINI

E S Q U E C E

Esquece a última vez que nos falamos,
Esquece tudo, tudo o que dissemos, 
Esquece as coisas lindas que fizemos,
Esquece a última vez que nos amamos !
      Esquece, amor, que o amor que nós fizemos,
      Era a um tempo ao futuro que falamos,
      Quando à sombra da vida nos amamos,
      Quando juras de amor nós nos dissemos... 
Esquece tudo e põe em tua vida,
Apenas um sentido novo, apenas
Um sentido de amor em cada dia...
      E eu o porei, também, em minha vida,
      Como se tudo, fosse, apenas,
      O findar melancólico de um dia...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2000

JANEIRO - 2000

IVANILDE  BARACHO  DE  ALENCAR

O  AMOR
É lindo o amor, diz o poeta
O amor é lindo, diz o cantor
E todos querem espalhar
Pelo mundo esse fulgor
      Em toda parte ele está
      Nos namorados, aos beijos
      Nos velhinhos de mãos dadas
      Nas crianças em seus gracejos
Nos amantes, se acelera
Mar imenso, revolto
Provocando até procela
      No peito da mãe ele mora
      Esse, o maior de todos
      E que nunca vai embora.




EXPEDITO  RAMALHO  DE  ALENCAR

ALMAS  GÊMEAS

Tua alma reflete o teu semblante,
Teu espírito, a tua consciência.
O teu perfil me é tão deslumbrante,
A tua imagem, uma eminência.
      És doce companheira e amante.
      O brilho do olhar, na convivência,
      Me ilumina e é muito delirante
      Pra nossa vida em sua quintessência.
Os liames do amor, quando terno,
Na ternura e sossego sempiterno :
Uma divina bem-aventurança...
      Vida feliz nessa conformidade
      Espelha harmonia e felicidade
      De nossa vida cheia d'esperança.