Um Amor
O que cabe, em um amor
senão amar
amar sem a pretensão
de posse.
Um amor
sem laços, somente,
com brilho nos olhos,
com saudades e distâncias.
Um amor além das mãos,
do tempo,
um amor pra se guardar,
pra sempre.
Um sentimento solitário
escondido no abismo dos olhos
que pertença,
mas sem pertencimento,
e que se possa visitá-lo, sempre.
Um amor sem compromisso,
sem hora marcada,
um amor sem dono,
sem partilha,
sem prazo de validade.
Mas, que seja um amor pra se guardar
e pra reviver todas, às vezes,
que se aflorarem lágrimas de saudade, nos olhos.
Lin Quintino |