sábado, 13 de julho de 2002

JULHO - 2002 - Arita - Álvaro



ARITA  DAMASCENO  PETTENÁ

LAMENTO

Tenho tanto a te dizer
E, no entanto, na euforia de falar,
Fogem-me, sorrateiros, os últimos lampejos
Das palavras que ficaram em segredo.
      Já não ouvirás então, amor,
      Minha cofissão desesperada de "eu te amo"
      Nem tão pouco esse pedido atroz
      De que para mim tu voltes sem demora.
Ficarei, porém, à tua espera
Que é próprio das almas em abandono
Sonhar sozinha, nas cálidas paragens,
Sob a fumaça do trem da despedida.
      E entre acenos de adeus e nunca mais
      Tu hás de recordar a minha imagem,
      Tentando sorrir no instante da partida
      Com uma vontade enorme de chorar.
     





ÁLVARO  RIBEIRO

VINGANÇA...


Sofres hoje o amargo fel sorvido,
Em taça por ti mesmo levantada...
Sabias que talvez não desse em nada
Um sonho alimentado e tão querido !
      Não podes lamentar tempo perdido,
      Quando a grande esperança cultivada,
      Não vingou... morreu logo e hoje, coitada,
      Oculta se acha em coração ferido !
Que de lição te sirva a experiência,
Com amor vivida... e hoje mais nada importa,
Se apenas a mantens em teu caminho !...
      - "Agir tu deves, firme, sem clemência;
      Se ela bater de novo à tua porta,
      Não lhe dê, por piedade, o teu carinho !...