sexta-feira, 16 de maio de 2003

MAIO - 2003

YEDA  LEITE  DIAS

MÚSICA  NA  MADRUGADA

De repente, uma música divina,
Se fez ouvir pela madrugada,
A lentidão de um solo na surdina,
Como se fora uma lira embriagada.
      Pelo espaço, infiltrou-se a doce melodia,
      Despertando-me de um sonho atormentado,
      Na sensação de uma breve nostalgia,
      Transportou-me num momento ao passado.
Assim levada pelo som embriagante,
Abri a janela na penumbra calma
E ali pude sentir o prazer repousante.
      Que superou minha nostalgia vã
      E trouxe paz novamente à minh'alma
      Ao antever na noite a brisa da manhã.



LOURDES  BADARÓ

NÃO  DIREI  NADA

Perante tua dor fico calada...
O silêncio tem dedos de veludo,
Acaricia a alma machucada,
Com maciez de plumas, e diz tudo !
      Eu vi em teu olhar o apelo mudo,
      E a angústia da esperança malograda;
      Senti teu coração quase desnudo,
      Bater numa cadência apaixonada.
Não te direi palavras, meu amigo,
Se expressar o que sinto não consigo
È porque não há nada que dizer :
      Por favor toma, em tuas mãos calosas,
      As minhas mãos amigas e sedosas
      E deixa, assim, a mágoa adormecer !