domingo, 23 de abril de 2006

ABRIL - 2006 - L. BADARÓ

LOURDES  BADARÓ

DONA  SOLIDÃO

Chegou, bem de mansinho, silenciosa
E adentrou, sem convite, em minha vida;
Logo estendeu-me a mão branca e sedosa,
Num gesto de piedade comovida...
      Era pálida, fria e tão formosa,
      Acenou-me, a sorrir, com a paz perdida
      E com uma existência venturosa
      Onde a dor ficaria sem guarida...
Eu que exgotara a taça de amargura,
Longe do amor, sem ter felicidade,
Acreditei na estranha criatura !
      E, fascinada, sem hesitação,
      Aspirando o perfume da saudade,
      Iludida, abracei a Solidão !...