sábado, 16 de julho de 2011

Reunião de Junho - Rosana





O JARDIM DA VIDA

Respiro fundo e me concentro.
Paro, por um momento.
Só depois de pensar é que falo
Algumas palavras soprando-as ao vento.

Frases boas calam na mente
São capazes de transformam uma situação
Pondo fim a uma imensa dor
Causada simplesmente pela falta de amor.

Quanto sofrimento causado
Principalmente pelo materialismo
Que afasta o que é mais simples
Fazendo angustiado aquele por ele contaminado.

Palavras ruins machucam
Causando interno sangramento
Mas, porque guardá-las no peito? 
Melhor deixá-las no esquecimento.

Ansiedade por conquistar o inusitado
Consegue deixar eternamente apressado
Quem jamais consegue ficar parado
Seja no final de semana ou no feriado.

Esquecida e deixada de lado
Minada pela intolerância
E pelo coração insatisfeito  
Não pode ser cultivada  
A virtuosa paciência.

No jardim da existência,
O jardineiro maior da criação
Rega o solo fértil do coração
Que aberto à germinação,
Faz  brotar a semente
Iluminando a virtude interiormente.

Então, aquele canteiro da vida,
Que estava triste e mal cuidado
Explode em cor e alegria
Aí finalmente o homem com harmonia e serenidade
Encontra a verdadeira felicidade. 

ROSANA MONTERO CAPPI
 


Reunião de Junho - Moacir



SAUDADE DANADA

Poesia eu não fui te buscar nos bancos de escola
Eu te busquei na gota de orvalho que caía
Na manhã sonolenta de inverno
E nos campos cobertos pela geada.

Era a minha pele que o frio açoitava
E não as carteiras geladas e mudas
Que era onde eu me sentava aguardando
As letras que chegavam, sem calor quase geladas.

Quanto tempo demorou para que eu,
Bem devagar pudesse colocar um pouco de calor humano
E assim fui esquentando os meus garranchos e dando formas a eles.
Eles não tinham métrica, somente tinham o meu calor humano.

Mas, era um calor tão pequeno que tive que aperfeiçoá-lo
Bem devagar ele tomou forma e eu entendi
Passei então a usá-los, eles que me ensinassem o caminho
E, foi usando-os que juntei, e, fiz a minha poesia.

E agora é você que coloca medida nos meus versos?
Vem me falando de métricas,
Será que sabes o cumprimento que o caminho tem?
Será que sabes  onde param os meus sentimentos
E onde chora o meu coração?

Então porque devo medir as letras
Nunca ninguém me ensinou, só me disseram
Que as minhas paginas poéticas iam me permitir,
Que em tudo o que eu escrevesse, podia até virar fantasia
Porque a poesia nos permite isso.

Deixe-me escrever a vontade,
Eu não vou te aborrecer e nem te criticar
De minha terra, dos meus campos e das minhas estradas
Somente eu sei o quanto a saudade é danada.

Moacir Monteiro