domingo, 29 de abril de 2001

ABRIL - 2001 - Álvaro - Laís - L.Badaró - Geni

ÁLVARO  RIBEIRO

EM  NOME  DO  AMOR

De amor, fala-se tanto em prosa e verso,
Com raiva, com saudade ou com carinho...
Porém no coração faz ele o ninho,
Se ele é força que move o universo !
      Oculto permanece... e qual perverso
      Inimigo o homem deixa tão sozinho.
      Mas no fundo de su'alma, num cantinho,
      O amor quieto se esconde, submerso.
Muita gente em penosa nostalgia
Sua vida destói, destruindo a vida
Do ser amado em hora aflita e ingrata:
      "Sofre-se a dor de haver sonhado um dia,
      Quando morta a ilusão, a mais querida...
      Mas em nome do amor jamais se mata !"



LOURDES  BADARÓ

A M O R

Sublime sentimento da alma humana,
divina exaltação que ao céu nos guinda;
dom inefável que de Deus emana
e acende a chama da emoção mais linda !
      Vive em palácios, entra na choupana,
      é causa sempre de alegria infinda;
      resiste à dor e mal nenhum impana
      e além da morte continua ainda !
É feliz quem o abriga com ternura
e sua essência, num crisol, apura
deixando-se envolver em seu encanto.
      O amor, na vida, é misterioso nume
      e quem, um dia, aspira o seu perfume
      será sempre cativo ao seu quebranto !

quinta-feira, 5 de abril de 2001

ABRIL - 2001 - CAMILO


CAMILO  GUIMARÃES

COISAS  DO  EU  MENINO

Eu brinco, às vezes, de sonhar menino
Nos desencontros que deixei de ser,
Assobiando pelo meu destino,
Busco as histórias que esqueci de ler.

      Ao Peter-Pã as reinações que ensino
      Com Narizinho mal vim aprender;
      Queimei a bruxa com seu ar maligno,
      Com a boa fada fiz o meu viver.

Branca-de-Neve, cada vez mais linda
Com o Dunga e o Mestre me pergunta ainda
Se a despertei do seu encantamento.

      Armo arapucas à realidade,
      Briga comigo por eu crer verdade
      O mundo-assombro de ilusões que invento.