Abro a janela,como se fosse a do coração,
Olho para o alto e na mente vem uma canção.
Ao ver o lindo céu azul, sem nuvens,
Meu peito se enche de emoção.
Como sentir tristeza diante dessa imensidão!
Ao sair de casa, o brilho da luz solar
Acompanha meu caminhar,
E suas inúmeras formas, passa a demonstrar.
Chegando no bosque,um sabiá está a me
esperar.
Ouço seu trinar, vindo de uma árvore tão alta
Que meus olhos nem conseguem alcançar.
Tento a ave vislumbrar,
E me deparo com o imenso bambuzal
Que outro espetáculo quer me apresentar.
Por entre seus grossos e enormes galhos,
Os raios do sol insistem em passar,
Fazendo a bruma da manhã
Aos feixes de luz se misturar.
Paro sob esse holofote colossal,
A me iluminar no palco desse show natural.
Que privilégio ser eu, o foco desta encenação!
Então, com humildade,
Imito o bambu que me ensinou virtuosa lição,
Diante à gratuita demonstração,
Eu me curvo, com cerimônia e gratidão!
Rosana Montero Cappi