Já não posso ficar indiferente
Quando a chuva se espalha na vidraça,
Ao meu olhar oferecendo a graça
De um bailado de gotas, indolente.
E sinto que tem música fremente,
E cenários, e luz que vem da praça !
Tem cadência dos passos de quem passa
Sob a janela, compassadamente...
E passo o tempo,às vezes, distraido,
Vendo as figuras vagas que se formam
Na vidraça incolor desta janela...
E as figuras que vejo, comovido,
Impreterivelmemte se transformam
No sorriso que adorna o rosto dela...