sexta-feira, 22 de outubro de 2004
OUTUBRO - 2004 - CAMILO GUIMARÃES
CAMILO GUIMARÃES
A LÁGRIMA
Concha de prata ! Beijo que fascina
A mágoa do viver que se esmaece.
Esfinge do sofrer tão cristalina,
Pétala da alma cinzelada em prece.
Lágrima argêntea ! Flor que vaticina
Todo o sonhar que o coração floresce,
Berço que embala uma ilusão divina,
Para segar do sofrimento a messe.
Esta brasa divina e amortecida
Da fogueira vivaz da nossa vida
Crepita, quando as ilusões se vão.
Realejo da dor sagrando idades,
Sacrário embalsamado de saudades,
A lembrar-nos que temos coração.
domingo, 10 de outubro de 2004
OUTUBRO - 2004 - LANDINI
SIDNEI LANDINI
Nem entendeu o ardor que vinha nelas !
Quem passou pela vida alheio e estulto,
Aceitando os martírios de um insulto !
Quem passou pela vida e sobretudo,
Aspirações não teve e amar não quis,
Não foi humano, foi um infeliz
Que passou pela vida alheio a tudo !
Quem passou pela vida alheio a tudo,
Ao céu, ao mar, ao brilho das estrelas,
Ao verde das palmeiras, sem, contudo,
Abrigar o seu peito à sombra delas !
Quem passou pela vida alheio e mudo
Às súplicas das aves, e, com elas
Não padeceu ao vir do inverno agudoNem entendeu o ardor que vinha nelas !
Quem passou pela vida alheio e estulto,
Aceitando os martírios de um insulto !
Quem passou pela vida e sobretudo,
Aspirações não teve e amar não quis,
Não foi humano, foi um infeliz
Que passou pela vida alheio a tudo !
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