PEREGRINO TRISTE
eu vi chorar o viajor,
peregrino de estradas já sem rumo.
Olhos tristes de lembranças vagas,
deixou correr pela face cansada,
a lágrima acre de uma dor sentida,o soluço de um amor perdido.
E abraçado ao casco sem vida,
confessou baixinho ao tronco antigo,
os sonhos findos, as esperanças mortas,
de um passado que se chamou saudade.
E parecia ouvir do caule amigo
sussurros doces que lhe diziam assim:
Melhor enfrentar a vida sem receios
a chorar o que não volta mais.