segunda-feira, 10 de novembro de 1997

NOVEMBRO de 1997

JURANDIR  GALLINARI

FRESTA  NA  JANELA

Apenas um raio de luz,
na fresta da minha janela,
pelo qual conduz
ao retrato dela.
      A foto que ela deixou
      no criado mudo do meu quarto
      reluz um só instante,
      de um grande amor distante.
Fresta de janela, amiga e
companheira, deixe a lua
brilhar a noite inteira
para que eu possa ver
sua foto em minha cabeceira.



LÚCIA  HELENA  OCTAVIANO

ENCONTRO

Sonhos, carrosséis perdidos
Ah, triste fim de ilusão !
Pensamentos esquecidos,
Olhos secos, emoção !
      No coração, peso estranho
      Que retorce o pensamento,
      Pois me escondo, desentranho,
      Triste fim, triste momento
Que me esqueço da alegria
Antes tão pronunciada.
Passo estranha todo o dia
E me faço tão fechada.
      Mas me encontro de repente
      Em doces olhos castanhos,
      Que de amor, intensamente,
       Me fazem forte entre estranhos !

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