HONÓRIO CHIMINAZZO
I L U S Ã O
Nesta ilusão, que para mim não finda,
Tudo é ausência neste meu recinto
Para tirar-me a dor que ainda sinto,
A tua imagem me é tão querida...
Relembra sonhos de um amor frustrado
Que poderá reencontrar a vida
Em mim, que sempre fui teu amado.
Se não se esquece nunca o amor primeiro,
Nem o segundo ficará esquecido !
Quantos tiveram também o terceiro.
No rubro coração sempre aquecido ?...
Pois quem amou e foi também amado
Eternamente há de ser recordado !
SARA VALADARES R. dos SANTOS
COMPOSIÇÃO
Deem-me papel e lápis
que lhes darei um verso.
que lhes darei uma canção.
Deem-me a calma,
que lhes devolverei a paz.
Deem-me uma semana,
que farei dela, dias eternos.
Deixem-me sozinha,
que farei companhia para o meu silêncio.
Deem-me a palavra,
que preencho o vazio dos muros.
Façam-me confições,
que serei seu segredo.
Toquem-me de mansinho,
que me desnudarei por inteiro.
E, se tudo isso, não for suficiente,
deem-me uma flor,
que farei dela um buquê de amor para a vida.
LUNO VOLPATO
P R E C E
O sol, além descamba sonolento,
Perdendo-se nas orlas do horizonte.
E as trevas vêm surgindo atrás dos montes
Galgando o manto azul do firmamento.
Os meus surpresos olhos no alto fito
E aos poucos, mansamente, qual falua
Vestida de ouro, vem surgindo a lua
E avança pelas raias do infinito.
Agora tudo é escuro... a noite é intensa...
Um sentimento místico me invade
Tentando reavivar perdida crença.
E no silêncio desta hora tão calma
Levanta-se ante mim a Eternidade
E a voz de Deus penetra na minh'alma...
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