S Ú P L I C A
Ó, se soubésseis, vós, viríeis aos meus braços
a beber desta fonte e acariciar-me o cenho
e devolver-me a vida; e os frágeis estilhaços
do coração aflito e preso a algozes laços
de angústia refazer no amor ! Mulheres, venho
rogar que uma de vós naufrague-me em abraçose beijos tantos que meu coração qual lenho
em brasa a arder, reviva e salte de alegria...
tanto júbilo que do mundo coisa alguma
eu nada mais deseje, e que da fantasia
não venha o despertar. Ó mulheres, em suma:
sem vosso amor, eu, só, numa quietude fria
por todas morrerei, se eu não viver por uma !
SILAS CAMARGO ROSEIRA
SONHO E REALIDADE
Quando menino ainda em tenra idade,
Eu já sonhava que Mamãe morria,
Porque cruel, atroz enfermidade,
Pouco a pouco sua vida consumia !
O sonho me era então triste verdade,
Ao sonhar que ela não existia;
Mas acordava e a doce realidade
Era que minha Mãe inda vivia !
Agora, outro contraste me amargura:
No sonho eu sinto que ela ainda vive
E mui alegre gozo sua ternura...!
Mas, quando acordo, choro, porque tive
Apenas sonho e que a verdade pura
É que só na minha alma ela revive...
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