terça-feira, 11 de abril de 2000

ABRIL -2000

ROSA  BESTETI  PIRES

PINGOS  DE  CHUVA

Chuva mansa, no telhado,
plim, plim, plim, plim, plim, plim,
onde é que anda meu amado ?
Vá encontrá-lo para mim.
      Estará com o deus-morfeu,
      ou nos braços de outro alguém ?
      Meu amado, ele é só meu.
      Não é amor de mais ninguém.
Chuva mansa, cadencida,
do telhado escorregou
foi caindo na calçada.
Foi secando. Evaporou.
      Meu amor - Oh ! desventura !
      Nunca mais apareceu.
      Como a chuva da natura,
      foi sumindo e já morreu.




ODETTE  T.  SANTUCCI  OCTAVIANO

BOLHAS  DE  SABÃO

Lá se foram meus sonhos de ilusão...
Perderam-se no espaço, pelo céu...
Minhas enormes bolhas de sabão
Subiram pelo ar, de déu em déu !
      Rebentaram-se todas... Que escarcéu !
      Minhas queridas bolhas de sabão...
      Meu pobre coração, em carrosel,
      Quis abrigá-las, mas não pôde, não...
As minhas ilusões todas se foram
E não me resta material algum
Para fazer mais bolhas de sabão.
      Já as bolhas de sabão o céu não douram...
      Esvaíram-se os sonhos um a um,
      Perdidos sem consolo na amplidão !

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