segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

DEZEMBRO - 2003 - VIDAL

F.  VIDAL  RAMOS


VELHA  FIGUEIRA

Velha figueira morta, abandonada,
Ramos quais braços apontando o além,
Na curva mais bonita lá da estrada,
À espera de quem vai e de quem vem...

      Velha figueira morta, abandonada,
      Quando passava lentamente o trem,
      Ela era sempre por alguém saudada :
      O trem não passa mais, não há ninguém...

O tempo que é implacável, desalmado,
Deixou seu tronco outrora avantajado,
Em pedaços disformes, que nem sei.

      E eu que te amei, figueira confidente,
      No tronco teu procuro, qual demente,
      O nome dela que a chorar gravei...