sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

DEZEMBRO - 2007 - ORLANDO

ANTONIO  ORLANDO  de  LIMA

CEDRO  SECO

O cedro seco cega
A cepa sem a seiva
E segue o cheiro sempre sem sessar
Senta na última sombra
E sente o som do sumo que dói a rolar
Sobrou uma cerca seca "sêra" acerta  cera do Arapuar
No céu uma nuvem de "avuantes"
Que seguem avante
São os donos do ar
Na ponta de um galho morto entre o reto e o torto
Resta um tufo de pêlo de um lobo Guará
Num vale que já não vale mais
Se escuta um piado triste de um velho Carcará

Hoje onde tem poeira, já dei capoeira
E aprendi nadar
Tamparam a boca da grota, e lá se foramas notas
Da velha cascata que ouvi cantar
Agora que tudo acabou-se como beber água doce
Sem roubar o sal da água do mar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

NOVEMBRO - 2007 -Álvaro - Laís - Lourdes -Geni

ÁLVARO  RIBEIRO

NO  CAMINHO  DA  PAZ...

Fui premiado com uma vida boa,
No caminho da paz, segui confiante,
Venci barreiras, não temendo à-toa,
E vivendo feliz, sempre radiante !
      A música do céu, que Deus entoa,
      No silêncio eu a ouço, bem distante...
      Paisagens tristes, nosso olhar magoa,
      Mas eu as vejo, em coração vibrante !
E, concentrado, eu oro pela paz,
Que a natura nos dá, neste momento,
Como um presente que nos faz sonhar...
      De mais nada, eu serei assim capaz,
      Com pouco amor, carinho e sentimento !
      Olhar pelos irmãos, com fé e amar !

terça-feira, 23 de outubro de 2007

OUTUBRO - 2007 - DURVAL no centro do grupo.

DURVAL  OTERO

DIA  SEM  VENTO

Dia tristonho, sem sol e sem vento...
Olho e não vejo nada a se mover.
Tudo parado ! Não dá pra entender...
Que tempo chato e mau, sem movimento !

É tudo verde sem arejamento,
sem movimento e sem vento a fazer...
mas, será que algo vai acontecer ?
Só se chover.Um grande aprazimento.

Olhando para o céu só nuvens vejo,
praticamente no mesmo lugar,
e o dia vai passando... De repente

chove fraquinho e contente festejo
o dia, pois começa a garoar
e tudo a se mexer, naturalmente...

sábado, 15 de setembro de 2007

SETEMBRO - 2007 - J. RODRIGUES

JOSÉ  BENEDITO  RODRIGUES

VIVER  ABENÇOADO

Agradeça a Deus
Cada hora, a cada dia
Por todos movimentos teus
No sofrimento e na alegria
      Amparando o ser que passa
      Com a ternura de um olhar
      Não vendo a cor nem a raça
      Sem mesmo identificar
Mesmo que não ouça um som
Nem um aperto de mão
Verás que é muito bom
Distribuir toda atenção
      Sentirás dentro do peito
      Um sopro divino inusitado
      Envolvendo teu corpo com jeito
      Acariciando teu viver abençoado.

sábado, 25 de agosto de 2007

AGOSTO - 2007 - LUNO

LUNO  VOLPATO

ERGUENDO  AS  CORTINAS

Na noite, tua voz se faz ouvir...
Que encanto ! Que doçura ela contém...
Tu sabes seduzir como ninguém...
Ouvindo-te, arrepios fico a sentir.
      O palco se engalana - vais surgir !
      Deleitas a platéia e faze-o bem...
      Estrelas, como tu, brilham também.
      O mundo vai parar p'ra te aplaudir.
O timbre de tua voz traz emoções.
És deusa, no delírio das canções...
É tua a multidão, o espaço, a pista...
      Sorris !... E há um fascínio em teu olhar...
      Levanta-se a platéia a delirar...
      E aplausos se derramam para a artista...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

JULHO - 2007 - GALLINARI

JURANDIR  GALLINARI

UMA  FLOR,  UMA  SAUDADE

Cada flor
traz uma saudade
seus perfumes, suas pétalas
sua cor, seu nome.
      Faz este pobre poeta sonhador
      buscar na flor, e na gota do orvalho,
      um sentimento de razão,
      sua sensibilidade
      nasce em seu coração.
Plantei uma flor,
para não esquecer
daquela flor
que um dia colhi...

terça-feira, 12 de junho de 2007

JUNHO - 2007 - GENI

GENI  FUZATO  DAGNONI

ENVELHECER

Árvore velha, estás tão desgastada,
com galhos já bem secos, tu feneces.
Vento e chuva fizeram-te alquebrada,
tão mudada, que nem te reconheces.
      Também, tu, mocidade já passada,
      dás lugar à velhice. Então careces
      do carinho, de ainda ser amada,
      caminhando ao futuro te entristeces.
Abrigas em teu peito, só saudade,
a buscar a fugaz felicidade,
que morreu, como os galhos simplesmente.
      Porém, perdes as réstias de esperança,
      sufocando ilusões, perseverança,
      destruindo teus sonhos lentamente.

sábado, 5 de maio de 2007

MAIO - 2007 - ARLINDO BORBA

ARLINDO  BORBA

F L O R

Brilha o sol !
Cigarras cantam anunciando o verão !
Também eu estou contente
porque a luz doura os vergéis,
o vento balouça
as frontes dos eucaliptos
e porque eu ganhei uma rosa !
Uma rosa cor de rosa !
Seus espinhos talvez firam,
mas suas pétalas têm tal cor..
Seu perfume é tão sutil...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

ABRIL - 2007 - ARITA

ARITA  DAMASCENO  PETTENÁ

PEREGRINO  TRISTE

Debaixo daquela árvore,
já sem ramos, já sem frutos,
eu vi chorar o viajor,
peregrino de estradas já sem rumo.
      Olhos tristes de lembranças vagas,
      deixou correr pela face cansada,
      a lágrima acre de uma dor sentida,
      o soluço de um amor perdido.
E abraçado ao casco sem vida,
confessou baixinho ao tronco antigo,
os sonhos findos, as esperanças mortas,
de um passado que se chamou saudade.
      E parecia ouvir do caule amigo
      sussurros doces que lhe diziam assim:
      Melhor enfrentar a vida sem receios
      a chorar o que não volta mais.

domingo, 15 de abril de 2007

ABRIL - 2007 - VIDAL

F.  VIDAL  RAMOS

O  PALHAÇO

As mãos trementes pela dor da idade,
pintam o rosto cavernoso e frio,
criando um ar de paz e de bondade,
por sobre um mundo de ilusões vazio !
      No pobre camarim, a claridade
      invadindo o cenário tão sombrio,
      aos poucos quebra a rude obscuridade,
      como um raio de sol em pleno estio...
E um rosto novo surge sobre o rosto
que era a marca mais viva de um agosto,
de frio, de tristeza e de pesar.
      Como eu quisera ser como um palhaço,
      suplantando do amor o meu fracasso,
      e um coração feliz poder mostrar !

sábado, 3 de março de 2007

MARÇO - 2007 - A. LACERDA


ANTONIO  LACERDA

ÚLTIMO  CIGARRO

Estou sentado na calçada
onde você há pouco se sentou,
fumando o último cigarro,
que você deixou.
E na fumaça eu vejo seu vulto,
como loucas borboletas
à procura de amor,
vão vêm de asas soltas
ao encontro de tantas outras,
que sentem a mesma dor.
Cego de raiva vou para casa
sem poder compreender
que todas essas loucuras
são por causa de você.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

FEVEREIRO - 2007 - MARILZA



MARILZA  PEREIRA  CALSAVARA

A  ESTRADA  DO  SUCESSO

A estrada para o sucesso não é uma reta.
Há uma curva chamada fracasso.
Um trevo chamado confusão.
Quebra-molas chamados amigos.
Faróis de advertência chamados família.
Pneus furados chamados empregos.
Mas se você tiver um estepe chamado determinação,
Um seguro chamado fé,
E um motorista chamado consciência,
Você chegará a um lugar chamado sucesso.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

JANEIRO - 2007 - NEI ARDITO

NEI  ARDITO

FOTOGRAFANDO  O ABSTRATO

Enquanto tu me dizias
dos teus medos e dilemas
dos teus encantos e desencantos
tudo em forma de poemas,
eu assim refletia:
- O que é a poesia,
se não a fotografia
de todos os sentimentos ?
E é quando, em tua face afloram
as emoções sentidas
em outro tempo, tornado agora,
que eu te digo:
- Poesia, meu amigo,
é do sentimento o próprio retrato,
é a sensibilidade de um poeta
fotografando o abstrato.