domingo, 12 de setembro de 2010

SETEMBRO - J. Drumond de Oliveira

JOSÉ  DRUMOND  de  OLIVEIRA

M U D E Z

Ouvindo alguém dizer teu nome ainda que seja
chamando a outro alguém, eu estremeço e então
principia a cantar e no íntimo graceja,
festeja, dança e ri, inquieto, o coração,

Sutil, no outro segundo, a realidade almeja
possuir no meu juízo, em luzes, a razão:
"Ouviste o nome dela? Aquieta-te! Ora veja !
Nunca a verás de novo. Aqui não está, não !"

Disparado, em torpor mergulha pouco a pouco
atormentado e só, meu coração que, louco,
acelerado, treme e se dilata, aflito.

... Se é cândida uma voz qualquer dizendo o nome
da mulher por quem sinto o amor que me consome,
é também dor maior a sufocar meu grito !

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