Faz
doze anos que viajo com a poesia. Depois que me aposentei, viajo com esta
amiga.
Não preciso de dinheiro, meio de transporte,
malas, passagem, passaporte.
É
um transbordamento de minha alma de poeta.
Transbordamento
sim, pois sabem há quanto anos fiquei adormecida para o dom da poesia?
Cinquenta
anos.
Desde
menina, quando me sentia triste e sozinha, pensava que algo muito bom ia
acontecer em minha vida; uma amiga quem sabe?
Esperei
por esta amiga na infância, na adolescência, na vida adulta e nada.
Na
maturidade da vida, resolvi mudar o rumo de minha busca; mergulhei para as
profundidades de meu ser e me tornei a caçadora de mim.
“Por
tanto amo, por tanta emoção
A
vida me fez assim
Doce
ou atroz, mansa
ou feroz
Eu,
caçadora de mim
Longe
se vai, sonhando demais
E
nunca se chega ao fim
Vou
descobrir o que me faz sentir
Eu,
caçadora de mim” -( Trecho da letra da música
Caçador de Mim: Milton Nascimento)
De
tanto me caçar, me encontrei, encontrei a minha amiga: poesia
Um
dia, como de costume a tristeza veio me visitar. Falei:
”Oh!
tristeza me desculpe,estou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia,vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve, do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe, lá do fim do mar.
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida, pela madrugada
Mas que vai escondida, querendo brincar.
Senta nessa nuvem clara, minha poesia,
Anda se prepara, traz uma cantiga
Vamos espalhando, música no ar.
Olha quantas aves brancas, minha poesia
Dançam nossa valsa, pelo céu que o dia
Faz todo bordado de raio de sol.
Oh! Poesia me ajude,
Vou colher avencas, lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes que você batiza
De jardins do céu.
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia,vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve, do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe, lá do fim do mar.
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida, pela madrugada
Mas que vai escondida, querendo brincar.
Senta nessa nuvem clara, minha poesia,
Anda se prepara, traz uma cantiga
Vamos espalhando, música no ar.
Olha quantas aves brancas, minha poesia
Dançam nossa valsa, pelo céu que o dia
Faz todo bordado de raio de sol.
Oh! Poesia me ajude,
Vou colher avencas, lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes que você batiza
De jardins do céu.
Mas pode ficar tranqüila, minha poesia,
Pois nós voltaremos numa estrela guia
Num clarão de lua quando serenar.
Ou talvez até quem sabe, nós só voltaremos
No cavalo baio, no alazão da noite
Cujo o nome é raio, Raio de luar”.
Pois nós voltaremos numa estrela guia
Num clarão de lua quando serenar.
Ou talvez até quem sabe, nós só voltaremos
No cavalo baio, no alazão da noite
Cujo o nome é raio, Raio de luar”.
Letra e música Viagem:
João de Aquino – Paulo César Pinheiro
Miriam Brasilino de Carvalho Miatto
Casa do Poeta - 21/04/2012
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