quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Dália e a Margarida ( ou, a derrota da vaidade) - Francisco de Borges



Brigavam por beleza a dália e a margarida
De forma tal acintosas que berravam
E no ardente e tolo embate se rasgavam
Se engalfinhando, ofensoras e ofendidas.

Uma dizia ser a rainha do jardim
Qual nada! A outra dizia, eu quem sou
Era questão, ou melhor, querela sem fim
Que nem sequer a voar viram um beija-flor.

O nobre pássaro dado a galanteador.
Uma hortênsia vê de cima, no esplendor
Que pelas outras sempre fora esquecida.

E a enlaça pelo mel com tal amor
Que nem chegou a perceber a passar mal
Agora as enciumadas dália e margarida.
 
Francisco De Borges
Francisco de Borges

3 comentários:

  1. Gostei da Arte que vocês criaram em torno das minhas letras: que ilustração bacana.Vocês emolduraram a poesia. Obrigado.

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    Respostas
    1. Caro Borges,
      A poesia merece.
      Seja bem vindo à Casa do Poeta de Campinas.
      Um abraço
      Rosana M. Cappi
      diretora e editora deste blog

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