é como o vestígio de garoa,
que em dia de verão é ofuscada pela claridade.
É como acúmulo de vapor, que vira temporal,
tufão, tempestade.
No olho do furacão, explode, vira vendaval,
carrega o que vem na frente.
Vai sugando tudo, envolvendo todos,
cada reprimido sentimento,
cada fala, cada desalento, sofrimento, desilusão;
senão fica sufocada e vira depressão.
Depois se transforma em torrente,
Enchente, desabafo de mágoas,
de tristezas, de solidão e desemboca no mar do coração,
que apesar de toda essa descarga se sente aliviado
graças a liberação de sufocada emoção.
Rosana Montero Cappi