terça-feira, 12 de janeiro de 1999

JANEIRO - 1999 - S.LANDINI

SIDNEI  LANDINI

O B R E I R O

Quase sem sono, em plena madrugada,
Ponho-me a versejar como em delírio,
E, vagabundo, espero o último círio
Se apagar aos caprichos da alvorada.
      E a Lua se desfaz em prata e em lírio,
      E enquanto vou propondo uma balada,
      Espero que uma rima enfim invada
      A estranha solidão do meu martírio...
Por fim o Sol acorda e sorrateiro,
Por trás de uma montanha ele me espia,
Anunciando afinal o vir do dia.
      E então, que coisa estranha, eu, o obreiro,
      Que queria escrever palavra bela,
      Só consigo lembrar do nome dela !

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