O B R E I R O
Quase sem sono, em plena madrugada,
E, vagabundo, espero o último círio
Se apagar aos caprichos da alvorada.
E a Lua se desfaz em prata e em lírio,
E enquanto vou propondo uma balada,
Espero que uma rima enfim invada
A estranha solidão do meu martírio...
Por fim o Sol acorda e sorrateiro,Por trás de uma montanha ele me espia,
Anunciando afinal o vir do dia.
E então, que coisa estranha, eu, o obreiro,
Que queria escrever palavra bela,
Só consigo lembrar do nome dela !
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