Deixe-me
cansar de você
Para que
eu não sofra tanto,
De modo
que eu me liberte.
Assim
serei livre para amar de novo.
Dê-me a
luz dos dias e o luar das noites.
Esquente
a minha cama fria
De tantos
dias vazia.
De tanto
tempo sem par.
Cale meus
lábios com seus beijos
E
percorra meu corpo com seus dedos,
Com sua
mão tão macia.
Dê-me a
seiva do seu íntimo.
Leve-me a
lugares outros
Que não
meus sonhos loucos
Onde só
existe você
Preencha
minha mente cálida.
Seja meu
agir a cada instante
De nada
frígido ou distante
Crave em
mim sua espada nua
E faça-me
mais e mais sua.
Numa
cantiga de roda cante-me,
Em um
fluir de seu rio me encante.
Cambie
meu corpo em seu ventre,
Não seja
assim tão prudente.
Medo de
mim jamais tenha
Pois
quero apenas lhe amar,
E de
tanto amar me cansar.
Deitar na
rede de si e bailar.
Já não
suporto mais sentir
A solidão
de tal distância.
Compreender-me
tão nada em mim
Sem as
vampirescas mordidas suas.
Quando
meu sangue já é tão seu somente
Minha
saliva seca anseia por sua boca
Minha
pele pálida e fria por seus braços
E minha
carência por seu peito protetor.
Dê-me
doses maiores
De
volúpia e de desejos seus
Faz de
mim objeto seu,
Mas não de canto e sim de uso.
Deixe-me
cansar de você
Para que
eu não sofra tanto...
Teresa Azevedo |
Boa tarde, Teresa. Gostei muito de ler seu poema. Ele foi escrito com carinho, capricho e sensibilidade. Parabéns!
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Que lindos versos vindos das profundezas da alma!
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