terça-feira, 25 de dezembro de 2001

DEZEMBRO - 2001


JOÃO  BAPTISTA  MUNIZ  RIBEIRO

NOITE  DE  PAZ

Noite de paz, bordada de magia,
Num dadivoso céu cor de granito,
Que torna o amor um canto de harmonia,
Na divina pureza do infinito !
      Enquanto vibram sonhos de alegria,
      Deus leva paz ao coração aflito,
      E as chagas doloridas alivia,
      Num momento mais doce e mais bendito.
O viver em ternura resplandece,
O vento se transforma em leve brisa
E o mar bravio a um lago se parece,
      E a noite em seu encanto reproduz
      O toque de clarim do anjo que avisa :
      Nasceu a redenção... nasceu Jesus !





MAURO  SAMPAIO

RESSURREIÇÃO

No silêncio absoluto
A trombeta soará portentosa.
E todos se prostrarão
Ante a Sagrada Cruz
Onde resplandecerá o Senhor.

sexta-feira, 9 de novembro de 2001

NOVEMBRO - 2001


 LUNO  VOLPATO

R E L Ó G I O

Olho para o relógio, em pálido silêncio,
O tempo passa...
E você vai passando também...
O ponteiro. insensível, frio,
Segue sua rota, pateticamente monótona.
Você e o ponteiro,
São, aparentemente, semelhantes:
Frios, insensíveis...
Mas, fundamentalmente diferentes:
O ponteiro cumpre seu papel...
E você...




LUIZ de OLIVEIRA  PASSOS

ACORRENTADO

Quando a lua vai passando,
olhando nuvens sedutoras,
o meu amor, fica sonhando
com as estrelas protetoras,
brancas, vermelhas, reluzentes,
sementes que dão carinho,
caminho de centelhas quentes
vertentes, luzes em meu ninho,
nascidas... De um calor sincero,
com um beijo doce, contente,
banhado como eu venero,
liberto de qualquer corrente,
preso no amor que eu esmero,
fugindo da vida cadente.

segunda-feira, 5 de novembro de 2001

NOVEMBRO - 2001 - S.LANDINI

SIDNEI  LANDINI

B A S T A  !

Basta ! Depois de tanto amar, frustrado,
Eis-me de novo, só, pelo caminho,
E a minha frente, apenas, adivinho
Nuvens, borrascas, solidão; coitado !
      A me esperar, quem sabe ? o burburinho
      De um sonho mau, em sombras mascarado;
      Como se fosse o fel de um mau bocado
      A ser servido a mim, junto ao meu vinho !
Não quero mais amar de novo... Basta !
Para que serve uma paixão nefasta
Se já experimentei dessa colheita ?
      É melhor afastar-me e, na suspeita
      Que um novo amor em mim oculto nasça,
      Que eu possa conjurar essa ameaça...

terça-feira, 9 de outubro de 2001

OUTUBRO - 2001

ARLY  GOMES  RIBEIRO

SONHO  DE  ADOLESCENTE

Sucedem-se dias, a brisa, o vento,
Vem vindo, suavemente, lá da altura,
Na terra, fato atesta a criatura
Palpita, vibra e passa o seu momento.
      À noite, num instante de ternura,
      Emerge, embevecido o pensamento
      No sonho, sem igual, que experimento:
      Amar-te. só amar-te, que ventura !
Se, por pouco que seja, o que escrevi
Consiga convencer-te o suficiente
De que não foi em vão que amor senti;
      Então, quando à alvorada ou ao sol poente,
      Lembrar que a afeição tive por ti,
      Será a vida bela, resplendente.




ALCY  GIGLIOTTI

ESPÍRITO  DE  NATAL

Meu velho Papai Noel...
De mim tu podes lembrar-te ?
Menino puro e donzel,
Muito Amor e pouca Arte !
      Fui depois, pasme, o Senhor !
      Roupa igual, a barba branca...
      Tempo meu de doador
      De pai, avô e carranca !
E agora, de novo antigo,
Pedindo Amor e Fanal,
Voltei a sonhar contigo
E um presente de Natal !...

segunda-feira, 10 de setembro de 2001

SETEMBRO -2001

YEDA  LEITE  DIAS

O  TEMPO  E  O  VENTO

O tempo levou
No compasso do vento
O sonho que passou...
Mas o tempo deixou
Saudosas lembranças
Que o tempo transformou
Em renovadas esperanças
Pelo que ficou.




CONCEIÇÃO  ARRUDA  TOLEDO

À   M E S A

Teu lugar à mesa
Está vazio.
Assim ficará para sempre,
Pois foste para a morada
Da qual jamais retornarás,
Quando me volto e procuro
Teu rosto, reconheço
Minha condição solitária
Que para sempre perdurará.
Não mais te verei à mesa
Gostando ou não das iguarias
Por mim preparadas,
A refeição me é insípida,
Sem gosto, cheiro ou atrativo,
A contragosto alimento o corpo,
Tendo a alma faminta
E sedenta de ti.

quarta-feira, 8 de agosto de 2001

AGOSTO - 2001

SARA  VALADARES

AS  QUATRO  ESTAÇÕES

Não vivo de brisa dizem alguns.
Mas eu me proponho,
a viver de verão.
Pretendo esticar os dias
claros pelo sol,
como se fossem estrelas no céu
infinitas...
Mas antes,
é preciso afastar as nuvens
que povoam meu mundo.
Minha estação atual
defino-a como sendo outono,
já que as lágrimas cairam
como folhasamarelecidas
de final de estação.
Saudade,
sentimento indefinido,
poeira soprada pelo vento
e que, aos poucos,
se junta no fundo do coração,
na forma de solidão.
Por isso,
quero a brisa, quero o verão,
e quero, - por que não ?
todo o brilho que possa me oferecer
o seu olhar.






LAÍS  GURGEL  BENEVENUTO

V O C Ê

Você que povoou de sonhos minha vida,
E me amou assim, como eu queria.
Em suas cartas de amor sempre fazia
De querê-lo um pouco mais a cada dia.
      Hoje seu vulto assoma ao passado,
      E faz-me sentir de novo esta alegria,
      De arder no fogo da paixão tardia.
De amá-lo na mais doce fantasia
De sufocar de beijos sua boca,
Renascer este passado de magia.

domingo, 8 de julho de 2001

JULHO 2001

FRANCISCO  FERNANDES  DE  ARAÚJO

O MESMO VENTO QUE ASSOPRA...

Este vento que me toca,
me fustiga e bate forte,
muitas vezes me desloca
Leste-Oeste, Sul ao Norte...
      E me encontra sem guarida.
      me derruba pelo chão,
      quanto mais tento a subida,
      mais me força a contramão...
Quando o vento é forte assim,
a prudência é se amoitar,
vê-lo tim-tim-por-tim-tim,
de onde se possa albergar...
      Logo se vê num momento,
      que ele refresca e se acalma,
      nos dá brisa e um novo alento,
      e acaricia nossa alma...




NORMA  GUIMARÃES  RIBEIRO

QUEM  À  MINHA  CASA  VEM

Quem à minha casa vem,
encontra as portas abertas
e um coração que contém
muitas virtudes despertas.
      Quem à minha casa vem,
      sem pretensões e altivez,
      nela encontrará, também,
      arte do melhor jaez.
Não verá grandes fortunas,
malquerenças importunas,
que a minha casa não tem.
      Mas sentirá fé crescente
      e uma amizade freqüente,
      voltada só para o bem.

sexta-feira, 8 de junho de 2001

JUNHO - 2001 - DURVAL - GENI - AGENOR

DURVAL  OTERO

S O R R I S O S

Sorriso meigo e doce representa
satisfação, amor, contentamento,
a coisa mais querida que se tenta
transmitir sempre com grande talento...
      Lindo sorriso, sim, felicidade,
      alegria se vê no bom semblante
      num só momento e vale eternidade
      ou muito mais, embora um só instante...
É fascinante ver-se alguém sorrir
quando se chega e é bem recebido:
- amor e paz só pode refletir !
      Sorrisos devem, pois, ser derramados,
      mas verdadeiros, bons, no bom sentido
      e serão muitos males afastados !...





AGENOR  SANTOS  GONÇALVES

MEL  DAS  ILUSÕES !

Por favor devolva a paz
Que de mim você tolheu,
A paixão veio sem consulta
Invadiu todo o meu eu.
      Os meus dias que eram vazios
      Ficaram repletos de você,
      Minhas noites são martírios
      Não consigo lhe esquecer.
Só mesmo de amor secreto
Advem tais emoções,
Sabor amargo do fel
Mas com o mel das ilusões !

segunda-feira, 7 de maio de 2001

MAIO - 2001 - Arita Damasceno Pettená



ARITA  DAMASCENO  PETTENÁ

FAZ  DE  CONTA...

Como é bom cerrar os olhos
e brincar de faz de conta...
Passa o tempo, passam as horas,
ninguém sabe quem eu sou.
E sou de novo criança,
cato nuvens, conto estrelas,
colho sonhos, canto o amor,
sem saber que de repente,
no relógio da saudade
o ponteiro desandou.
E sou mulher novamente,
dentro de um mundo real,
esmagada contra o tempo,
perdida no espaço rude,
chorando derrotas amargas,
gritando verdades que dóem,
correndo sozinha parada
sempre à procura do Amor.




NEI  ARDITO

MEU  EU  AUSENTE

O sol em agonia, morre lentamente
no marinho mar,
enquanto nuvens acenam vermelhos
no horizonte.
E eu contemplo, aparentemente calma,
o ausente de mim,
que do meu barco mergulha
à procura dos sonhos
- náufragos de minh'alma -



domingo, 29 de abril de 2001

ABRIL - 2001 - Álvaro - Laís - L.Badaró - Geni

ÁLVARO  RIBEIRO

EM  NOME  DO  AMOR

De amor, fala-se tanto em prosa e verso,
Com raiva, com saudade ou com carinho...
Porém no coração faz ele o ninho,
Se ele é força que move o universo !
      Oculto permanece... e qual perverso
      Inimigo o homem deixa tão sozinho.
      Mas no fundo de su'alma, num cantinho,
      O amor quieto se esconde, submerso.
Muita gente em penosa nostalgia
Sua vida destói, destruindo a vida
Do ser amado em hora aflita e ingrata:
      "Sofre-se a dor de haver sonhado um dia,
      Quando morta a ilusão, a mais querida...
      Mas em nome do amor jamais se mata !"



LOURDES  BADARÓ

A M O R

Sublime sentimento da alma humana,
divina exaltação que ao céu nos guinda;
dom inefável que de Deus emana
e acende a chama da emoção mais linda !
      Vive em palácios, entra na choupana,
      é causa sempre de alegria infinda;
      resiste à dor e mal nenhum impana
      e além da morte continua ainda !
É feliz quem o abriga com ternura
e sua essência, num crisol, apura
deixando-se envolver em seu encanto.
      O amor, na vida, é misterioso nume
      e quem, um dia, aspira o seu perfume
      será sempre cativo ao seu quebranto !

quinta-feira, 5 de abril de 2001

ABRIL - 2001 - CAMILO


CAMILO  GUIMARÃES

COISAS  DO  EU  MENINO

Eu brinco, às vezes, de sonhar menino
Nos desencontros que deixei de ser,
Assobiando pelo meu destino,
Busco as histórias que esqueci de ler.

      Ao Peter-Pã as reinações que ensino
      Com Narizinho mal vim aprender;
      Queimei a bruxa com seu ar maligno,
      Com a boa fada fiz o meu viver.

Branca-de-Neve, cada vez mais linda
Com o Dunga e o Mestre me pergunta ainda
Se a despertei do seu encantamento.

      Armo arapucas à realidade,
      Briga comigo por eu crer verdade
      O mundo-assombro de ilusões que invento.




quarta-feira, 14 de março de 2001

MARÇO - 2001 - LAÍS e VIDAL

LAÍS  RODRIGUES  DE  LIMA

O  MAIOR  PRÊMIO

Procura dar o mais que tu puderes:
Uma boa palavra, um bom sorriso,
Um gesto de incentivo... o que tu deres
Deves fazê-lo bem, e de improviso.
      Pois todo e qualquer bem que aqui fizeres,
      Com espontaneidade, em bom juizo,
      Seja a crianças, homens ou mulheres,
      Dando-lhes vero amor, quando é preciso,
Fará bater-te à porta, um belo dia,
Com as mãos cheias mesmo de alegria,
Uma senhora rica de bondade,
      Pura, bonita, nobre e enaltecida,
      Para trazer-te um prêmio, nesta vida,
      Vindo em nome do Amor:- Felicidade !...




F.  VIDAL  RAMOS

EU  TE  PERDOO,  AMOR

Eu te perdoo, amor, pelo tormento
em que tornaste a minha triste vida,
abrindo no meu peito atroz ferida,
em meio a um mar de dor e sofrimento...
      Eu te perdoo, amor, pelo momento
      em que fria, insensível e fingida,
      tu transformaste em simples despedida,
      toda a comédia do teu rompimento !
Eu te perdoo, amor, a falsidade,
a mentira, o cinismo e a maldade
que vicejaram deste amor no fim !
      Mas mesmo para a eterna salvação,
      não peças nunca, amada, o meu perdão,
      por teres feito amar-te tanto assim !

sexta-feira, 9 de março de 2001

MARÇO - 2001 - S.LANDINI

SIDNEI  LANDINI

SONETO  19

Acendo outro cigarro, mais fumaça
Espalhando na sala, onde as volutas,
Se desdobram em curvas diminutas,
Parecendo com rastros de quem passa.
      E fazem entre si várias permutas,
      Trocando de lugar com tanta graça,
      Que sugerem, por vezes, uma taça,
      E outras vezes rescaldo de mil lutas.
E, curiosas, se inclinam em respeito,
Num movimento rápido e secreto,
Quase num gesto típico de fé.
      E fico a vê-las desde o canapé,
      Até se dissolverem por completo
      E levarem a calma do meu peito..

quinta-feira, 1 de março de 2001

MARÇO - 2001 - SILAS

SILAS  CAMARGO  ROSEIRA

Á L B U M

Eu quisera expressar-me com mestria
De ser um mago ou escritor de pulso
E, tendo cabedal, num só impulso,
De tesouros este álbum eu encheria.
      Mas como achar em mim tanta magia ?!
      Se os milagres de mim foram expulsos...
      E o meu estilo é feio e tão insulso,
      Como um tolo que apenas balbucia !
Nesta página nunca hei de escrever...
Mas uma coisa tenho pra lhe dar
Que é pura e que perdura até morrer,
      Você não é capaz de adivinhar ?
      Não ? Oh ! então eu vou lhe oferecer:
      O meu amor eterno que é sem par !

terça-feira, 20 de fevereiro de 2001

FEVEREIRO - 2001

LÚCIA  HELENA  OCTAVIANO

PEQUENO  JARDINEIRO

... E então falou-me da vida,
Graça de doce sorriso,
Como não houvesse lida -
Que anjo d'alma sentida ! -
Em seu carinho impreciso,
      Cuidei de falar baixinho,
      Bem perto de sua orelha.
      Mosrrou-se-me tão mansinho,
      Coração de branca ovelha.
E... quanto tempo passou ?
Alguma coisa ficou,
Perdida em seu triste ser ?
      Voltou-me seus olhos fundos,
      (Risos vãos de vagabundos !)
      Qual a flor que vou colher ?



THIAGO  MENEZES

GRITO  DE  SENTIMENTO

Grita alto !
Desafia o meu peito em dor.
Oh ! Coração salpicado de saudade.
Saudade de cantos vivos,
de risos explosivos
que dentro de meu ermo
transformou todo o amargor
de uma longa espera.
E, então, dentro do meu silêncio,
ao meu mais puro silêncio,
lembro-me do chiado suave da madrugada
onde você, tal ninfa encantada,
desafiava amor em meu sentimento.


sábado, 17 de fevereiro de 2001

FEVEREIRO - 2001 - JEHOVAH


JEHOVAH  B.  AMARAL

SONHO  DESFEITO

Manhã primaveril ensolarada,
brisas suaves trazem o aroma de jasmim;
ruflar de asas na folhagem ainda orvalhada
transforma-se num viveiro o meu jardim.
      A quaresmeira, já sem luto, reenfolhada
      pétalas rasteiras matizam o capim,
      do ipê bainha é bolsa esvaziada
      com o esbanjar de ouro já chegado ao fim.
Colibris beijoqueiros no espaço pairando,
misturam suas cores às das flores beijando
que só ao esvoaçarem podemos notar.
      Roçando corolas nos caules que agitam,
      mais outras avezitas seus gestos imitam
      - Destruíram tudo, é melhor acordar.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

Dr. DURVAL OTERO, ASSUME A PRESIDÊNCIA


         Em reunião da Diretoria, dia 15 de janeiro de 2001, o
Presidente João Baptista Muniz Ribeiro, por motivo de força maior,
   pediu afastamento da diretoria. Assumiu, então, a Presidência o
                      vice presidente  Dr. DURVAL  OTERO.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2001

JANEIRO - 2001

JOSÉ  PATIRI

SÚPLICA

Alforrie,meu Deus
As minhas dores,
Sacuda-me, me acorde
Deste pesadelo.
Quero revê-lo
Com a ternura,
De mãos impostas
Semeando graças,
Como as de um pai
Que oferece ao filho
As suas dores
Toda remissão.




DULCINÉA  B.  L.  MARCHIORI

O R A Ç Ã O

Ó Deus, que estás comigo aqui e agora,
Na Vida Onipresente que me anima !
Faz-me enxergar Teu Reino sem demora,
Destampa meus ouvidos e me ensina
      A encontrar na rotina que me explora,
      A porta estreita e a sintonia fina
      Na qual minha alma some e vai-se embora
      Deixando aqui a desgraçada sina
Da humanidade sofredora e pobre,
A procurar na ilusão maldita
Tudo que engana e a Tua Luz encobre.
      Quero ver e escutar, meu Pai Amado,
      Dentro de mim, na bulha que me irrita,
      Teu rosto e voz, na Lei do Teu chamado